Mau, Maria!

25 05 2008

Não é que eu tenha uma simpatia especial pela Ministra da Educação ou uma antipatia de estimação pelos professores. Por acaso eu até sou professora. Apenas estou é a começar a acreditar nos Cursos EFA. Uau! Declaração bombástica!!!!!

Mas… essa coisa da educação e da formação das pessoas tem muito que se lhe diga. Neste momento estou a estudar um pouco melhor a educação e formação de adultos (EFA) e a descobrir realidades insuspeitas. Mais, estou a descobrir que não percebo nada disto! Tive várias turmas de ensino nocturno e… fiz tudo mal! O meu erro? Limitei-me a ler a legislação e a ouvir a experiência dos meus colegas. Reprodução. Nunca tive curiosidade em saber o que é realmente a EFA, a filosofia que está por trás. A sério, estou fascinada!

Uma rápida leitura do que é dito no site da UNESCO sobre a “Education for all”, pode ser um bom ponto de partida (está em inglês, mas é um inglês acessível).

Se os agentes e os actores desta mudança não estão informados nem consciencializados, como é que ela vai ser possível? Dos meus colegas só oiço o silêncio gritante dos que não querem ouvir: “Isto é mas é uma treta, oferecemos-lhes um canudo e eles (os alunos, os adultos e os outros) não aprendem nada. É uma fantochada. O Ministério obriga-nos a passá-los sem saberem nada”.

Mas o que é aprender? E porque é que aprender tem de ser a reprodução daquilo que nós dizemos? Se continuarmos a dar aos alunos, adultos ou não, o que lhes temos dado, será que os preparamos para viverem no mundo actual?

Este ano tive um problemazinho com um aluno que achava que eu não tinha o direito de exigir que ele não se limitasse a “decorar coisas”. Pelos vistos ele considera que é uma aberração pedir aos alunos que usem a cabeça para pensar, para questionar o que os rodeia, para saberem ler mensagens noutros formatos que não o texto escrito (é impressionante a iliteracia na leitura de mapas, gráficos e imagens – das caricaturas nem se fala). Mas o pior é que muitos dos meus colegas concordaram com o Minininho ❗

Desculpem se não encontrarem nenhum lógica interna neste texto. A minha cabeça anda neste turbilhão nos últimos dias e não há meio de encontrar um fio condutor. O trabalho terá de ser apresentado na 6.ª feira. Estou frita se não descobrir um rumo. Mau, Maria!


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Uma resposta

26 05 2008
Ka

A filosofia inerente aos cursos EFA e a base que os sustém, e a partir do qual foram criados (em 2000), faz todo o sentido. Quanto a mim o problema coloca-se na operacionalização dos mesmos, na transposição para a vertente prática com todos os condicionalismos que lhe estão associados mas que lhe são sobretudo exteriores. O que pretendo dizer é que os EFA começaram a ser desvirtuados pela lógica de mercado, de atingir resultados positivos e rápidos. E isso começou a ser mais importante do que a essência que lhes está subjacente….
Que tipo de trabalho necessitas de fazer? Não sei se poderei ajudar….

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